Comissão
de Ética e Decoro Parlamentar ouve hoje um dos delegados que comandou a
investigação contra o distrital. Deputado do PPL é acusado de
participação no suposto esquema de desvio de emenda , em 2010.
Operação Mangona: em novembro de
2012, policiais e representantes do Ministério Público recolheram
computadores e documentos na casa de Raad
Os depoimentos das testemunhas do processo ético-disciplinar, que pode
levar à cassação do distrital Raad Massouh (PPL), serão concluídas esta
semana na Câmara Legislativa. Está marcada para hoje a oitiva do
delegado Flamarion Vidal, da Polícia Civil do DF, que participou das
investigações sobre um possível esquema de desvio de recursos de uma
emenda de R$ 100 mil liberada pelo deputado no fim de 2010.
Além do policial, devem ser ouvidas três pessoas pela Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, Cidadania, Ética e Decoro Parlamentar. Amanhã, será o dia de Raad e Carlos Augusto de Barros, ex-administrador de Sobradinho, falarem. A expectativa do relator do caso, Joe Valle (PSB), é concluir o relatório e entregá-lo para apreciação da comissão até o dia 21.
Além do policial, devem ser ouvidas três pessoas pela Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, Cidadania, Ética e Decoro Parlamentar. Amanhã, será o dia de Raad e Carlos Augusto de Barros, ex-administrador de Sobradinho, falarem. A expectativa do relator do caso, Joe Valle (PSB), é concluir o relatório e entregá-lo para apreciação da comissão até o dia 21.
Os prognósticos da defesa de Raad não são muito positivos, caso
Flamarion vá à Câmara hoje cedo. O policial é testemunha, portanto, não
tem obrigação de depor. Mas o Correio apurou que ele pretende
comparecer. Na semana passada, a presença do delegado Henry Peres
Ferreira Lopes, que também comandou a investigação da Delegacia de
Crimes contra a Administração Pública (Decap) que teve Raad como um dos
alvos, complicou a situação do parlamentar. Peres foi enfático ao dizer
que são fortes os indícios de irregularidades na execução da emenda.
Pela denúncia, o dinheiro que deveria ter utilizado para pagar artistas
no evento rural de Sobradinho teria sido desviado para outros fins.
Hoje também estão convocadas as testemunhas José Carlos de Barros
(irmão do ex-administrador), Jorge Soares Rocha (executor do contrato
que foi investigado) e o advogado Eufrásio Pereira da Silva, que não tem
relação direta com o caso, mas foi indicado pela defesa de Raad. “Ao
ouvir as pessoas, o que queremos é reforçar ou esclarecer as evidências
que estão presentes no material disponibilizado pela Polícia Civil e
pelo Ministério Público. Além disso, é também a oportunidade de o
deputado Raad se manifestar e se defender”, destacou Joe Valle. Ele
antecipou que o relatório, que já conta com cerca de 30 páginas, deve
ser concluído até a semana que vem para apreciação da comissão. Caso a
maioria do colegiado aprove o relatório (são cinco integrantes), o
documento segue para votação aberta em plenário.
O deputado Raad não compareceu na oitiva da semana passada, mas existe a
possibilidade de ele ir à comissão hoje, ainda que seu depoimento
esteja marcado para amanhã. Na época das investigações, o distrital
reclamou do delegado Flamarion. O caso acabou ficando sob a
responsabilidade da Procuradoria-Geral de Justiça do DF, que ofereceu
denúncia contra o parlamentar e outras nove pessoas por crimes como
peculato, formação de quadrilha e desrespeito à Lei de Licitações. O
caso ainda não foi aceito pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e
dos Territórios (TJDFT).
Defesa
A estratégia de Raad continua sendo a mesma adotada desde que o caso
veio à tona. O distrital garante que é inocente e não participou de
nenhum esquema de desvio do dinheiro. Apesar de ter liberado a emenda,
ele diz não teria como responder pela execução do contrato. Isso, no
caso, ficaria sob responsabilidade do ex-administrador de Sobradinho
Carlos Barros, ainda de acordo com o distrital. Amanhã, os dois estarão
frente a frente na Comissão de Ética. Além de Joe, o colegiado é formado
por Dr. Michel (PEN), presidente, Olair Francisco (PTdoB), vice, e por
Agaciel Maia (PTC) e Patrício (PT).
Alvo
Em novembro de 2012, policiais civis e representantes do Ministério
Público realizaram a Operação Mangona — nome de um tubarão que pode
pesar até 300kg. Durante a ação, foram cumpridos 14 mandados de busca e
apreensão. Entre os endereços onde foram recolhidos documentos e
computadores, estavam a casa e o rancho de Raad, além da Secretaria de
Micro e Pequenas Empresas, já que o deputado foi chefe da pasta.
Fonte: Correio Braziliense - Por Almiro Marcos e Kelly Almeida
Nenhum comentário:
Postar um comentário