A semana também pode ser decisiva para os deputados Rôney Nemer (PMDB),
Aylton Gomes (PR) e Benedito Domingos (PP). Está marcada para a
quinta-feira, por parte da Mesa Diretora, a análise sobre o andamento
das representações contra os três. Eles são acusados de receber mesada
para votar projetos de interesse do Executivo na legislatura passada e
já foram condenados, em primeira instância, pela Justiça por improbidade
administrativa. De acordo com a decisão, terão de devolver R$ 33
milhões aos cofres públicos (confira quadro).
O presidente da Casa, Wasny de Roure (PT), tenta impedir uma manobra
feita pelo grupo. Na semana passada, Benedito Domingos, alegando
suspeição, pediu para ser substituído da suplência da Terceira
Secretaria da Mesa em favor de Cristiano Araújo (PTB). Caso a mudança
seja aprovada, o petebista passaria a ter direito de voto, já que nem
Aylton (titular) nem Benedito (suplente) podem votar por serem partes
interessadas no processo. Wasny não quer analisar o pedido de Benedito
na reunião desta semana.
“A intenção é colocar o Cristiano Araújo para que a turma do deixa
disso consiga ter votos suficientes para fazer com que as representações
sejam arquivadas antes mesmo de chegarem à Corregedoria”, explica um
deputado. Até agora, Wasny e Professor Israel (PEN), que são integrantes
da Mesa, já se posicionaram favoráveis ao andamento dos processos. Já a
turma alinhada com Aylton, Benedito e Rôney quer conseguir os três
votos suficientes para encerrar o caso.
Posição favorável
Os membros da Mesa já estão avaliando as representações que tiveram
posição favorável da Procuradoria da Câmara para andamento na Casa.
Wasny avalia um dos quatro pedidos de cassação dos colegas. Eliana
Pedrosa (PEN) está com a relatoria do caso de Benedito Domingos. Agaciel
Maia (PTC), o vice-presidente, vai relatar o do colega Aylton Gomes.
Por fim, a análise da situação de Rôney está com Professor Israel.
Outro esforço feito pelo trio na tentativa de ganhar tempo foram os
pedidos de arquivamento das investigações, que foram protocolado junto à
Procuradoria da Câmara na semana passada e que levaram, inclusive, ao
adiamento da decisão. Até o fim da tarde de ontem, no entanto, as
solicitações ainda não tinham parecer concluído.
Em sua defesa, os três acusados justificam que seus casos já tinham
sido analisados no fim de 2010, ainda na legislatura passada, e que
foram arquivados. Eles entendem que uma decisão judicial de primeira
instância não chega a ser um fato novo para justificar uma reabertura já
que cabe recurso. Em outra linha, os defensores da abertura de
processos justificam que o Legislativo é autônomo e que deve investigar
seus representantes. (AM)
Fonte: Correio Braziliense
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