Faltou
destacar a pretensão imbecil desses esbirros de fanfarra cooptados pelo
esquema petista-cutista-castrista para a desmoralização de Yoani
Sánchez no Brasil.
Imagine: eles tentaram intimidar uma moça que há mais de 15 anos não faz outra coisa além de arrostar, de cara lavada, e só munida de seu computador quase desconectado do mundo, uma das mais longas, impenetráveis, impermeáveis e sanguinárias ditaduras da história moderna.
Imagine: eles tentaram intimidar uma moça que há mais de 15 anos não faz outra coisa além de arrostar, de cara lavada, e só munida de seu computador quase desconectado do mundo, uma das mais longas, impenetráveis, impermeáveis e sanguinárias ditaduras da história moderna.
Todo esse tempo, ela enfrentou burocratas suados e gorilas de verde
oliva treinados para reprimir, calar, prender, torturar, arrancar e, em
nome dos ideais do socialismo, castrar vozes e espíritos dissidentes –
esta, a verdadeira especialidade dos Castros. Nunca cedeu, nunca
esmoreceu.
E, ironia da história: o governo de Cuba, ao finalmente autorizar a
saída pacífica de Yoani, depois de dezenas de tentativas frustradas,
pelo menos aparentemente demonstrou ser hoje mais tolerante à
dissidência que esses cubanos falsificados que quase agrediram a moça na
chegada ao Brasil.
Por isso, a imagem de Yoani Sánchez desembarcando no Recife vale mais
que mil palavras que nunca foram ditas em Cuba. Para quem conhece a
história de Yoani, não causou surpresa a indiferença altiva e serena com
que ela reagiu às manifestações da turba mal ensaiada — que talvez
tenha até contido sua agressividade natural, já que capaz de coisas
muito piores, diante da revelação, na véspera, do complô contra ela.
Escalados há tempos para a missão, não quiseram perder a viagem. Mal
sabiam esses tipinhos à toa — ofensivos à nossa inteligência, mas
inofensivos à ordem geral das coisas — que, aos ouvidos de Yoani, vozes
discordantes, mesmo quando pífias e desafinadas, chegam a soar como uma
cantata de Bach. Nesses 50 anos, quando ouvidas em Cuba, custaram aos
donos das laringes emitentes uma longa temporada numa masmorra imunda e
silenciosa.
A recepção vulgar e tacanha a uma jovem dissidente que luta pela
liberdade de denunciar a falta de liberdade em Cuba não perturbou Yoani.
Pelo contrário: com uma elegância democrática que chega a ser sensual,
disse ter gostado até dos insultos que recebeu. E, assim que pisou aqui,
mostrou-se deslumbrada com a rapidez da nossa banda larga. De seu
celular, obteve conexão imediata.
Fonte: Blog do Noblat / Blog de Augusto Nunes - Por Celso Arnaldo
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