Mino Pedrosa
Um
relatório produzido pelo grupo do contraventor Carlinhos Cachoeira e
representante da Delta em Brasília, entregue ao Ministério Público do
Distrito Federal nas mãos do procurador Libânio Alves Rodrigues, do
CI-NCOC – Núcleo de Combate ao Crime Organizado, revelava no ano passado
o interesse do Grupo Delta em comandar sozinho o lixo em Brasília.
Diálogos entre o braço direito de Cachoeira, Idalberto Matias de Araújo,
o Dada, com o procurador Libânio, tentam tirar do páreo a empresa
goiana Quebec Construções e Tecnologia Ambiental S.A, que chegou para concorrer com a Delta e a Valor Ambiental, comprometidas com o grupo do governador Agnelo Queiroz.
Dadá
preparou o relatório de inteligência (arapongagem) desqualificando a
Quebec, quando estava chefiando a segurança da Delta e entregou no MP. O
QuidNovi teve acesso a parte desse relatório através do MP praticamente
há um ano, no dia 27 de julho de 2011, e mostrou o interesse da turma
de Cachoeira em abocanhar mais R$ 15 milhões por mês com o lixo da
Capital Federal. Ali o Quidnovi denunciou o envolvimento da coleta de
lixo de Brasília com o crime organizado e o jogo do bicho de Goiás.
A
Operação Monte Carlo mostra um diálogo gravado entre Dadá e Marcellão,
dono da Plá Comunicação e funcionário da Casa Militar do Governo do
Distrito Federal , no qual o braço direito de Cachoeira se queixa do
tratamento que o grupo do contraventor vem tendo nos blogs, referindo-se
a matéria do QuidNovi que ligava o jogo do bicho a coleta do lixo.
Na
mesma gravação, Dadá fala do procurador chefe do NCOC Wilton Queiroz
que estava tentando avisar para o chefe de gabinete de Agnelo , Cláudio
Monteiro, que havia algumas coisas erradas no GDF que precisavam ser
corrigidas. O procurador NCOC então queria passar para Agnelo, usando o
chefe de gabinete, detalhes de investigações sigilosas das quais o GDF
era alvo. Dadá mantinha relações estreitas com Wilton. Chega a comentar
os encontros que teve fora do MP com o procurador. É preciso se
aprofundar nesta relação porque um outro araponga conhecido no meio
político da Capital Federal, Jairo Martins, também tem trânsito livre no
NCOC. Jairo é um dos arapongas que Carlos Cachoeira usa para se
informar de assuntos da alta cúpula política do Brasil.
Jairo
Martins é PM e agente da ABIN – Agência Brasileira de Informação. Na
Operação Monte Carlo Jairo mostrou-se como um dos tentáculos de
Cachoeira junto à imprensa e junto com Dadá foi o responsável pela
destruição das concorrentes do contraventor, prendendo e fechando as
casas de jogo fora do domínio de Cachoeira. Como revelou o QuidNovi
Jairo acompanha Carlinhos há muitos anos prestando serviços de
arpongagem.
Dadá
combina com Marcellão para levar o chefe de gabinete de Agnelo para
visitar o procurador Wilton no MPDF entrando as escondidas pela garagem
onde o encontro seria sigiloso, longe dos olhos dos outros procuradores
que tentam combater as irregularidades no GDF. Dadá sugere a garagem
porque por ali não haveria risco de serem identificados e poderiam
chegar livremente até o procurador Wilton.
Ouça aqui a conversa entre Dadá e Marcellão
No
final do ano passado, na véspera da entrega das propostas para a
habilitação de empresas para coleta de lixo junto ao SLU, dia
19/12/2011, a Valor Ambiental entrou com um mandado de segurança para
cancelar a licitação alegando preços inexequíveis.
As
propostas ficaram paradas na Comissão Permanente de Licitação do SLU ,
nas mãos do presidente Edmundo Pacheco Gadelha, e do diretor geral do
SLU João Monteiro, por 45 dias. Só começaram a se movimentar em 27 de
janeiro de 2012, após a ordem de pagamento de R$ 200 mil liberada pelo
Sr. Diter, diretor da Valor Ambiental, para João Monteiro.
A Valor Ambiental cancelou então o mandado de segurança, e a Comissão de Licitação abriu as propostas em 3 de fevereiro de 2012. A Valor foi consagrada vencedora com seis centavos de diferença em relação a proposta da Quebec Construções e Tecnologia Ambiental S.A., empresa de Goiás, rival de Carlinhos Cachoeira.
A Valor Ambiental cancelou então o mandado de segurança, e a Comissão de Licitação abriu as propostas em 3 de fevereiro de 2012. A Valor foi consagrada vencedora com seis centavos de diferença em relação a proposta da Quebec Construções e Tecnologia Ambiental S.A., empresa de Goiás, rival de Carlinhos Cachoeira.
Desta maneira a Valor Ambiental tirou de cena a Quebec e às vésperas do depoimento de Agnelo à CPI, nesta 4ª feira, uma medida judicial cancelou todos os contratos da Delta com o GDF. A Valor agora reina sozinha no império do lixo.
Fonte: QuidNovi por Mino Pedrosa
Nenhum comentário:
Postar um comentário