Com quatro deputados distritais e a segunda maior bancada do Distrito Federal, o PSD só tem registro de 59 filiados com a menor adesão em todo o país
Criado em outubro do ano passado, o Partido Social Democrático (PSD) é um típico exemplo de formação em que “há muito cacique para pouco índio”. A sigla tem oficialmente 59 filiados no DF, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas figura como a segunda maior bancada na Câmara Legislativa, com quatro parlamentares.
Sua composição local é bem democrática e abriga desde a oposição formada pelas distritais Eliana Pedrosa, Liliane Roriz e Celina Leão, até deputado que faz parte da base aliada ao governo, como Washington Mesquita.
O presidente da sigla no DF, Rogério Rosso, destaca que o PSD é um partido que nasce diferente, como de centro que, no DF, assume uma condição de independência em relação ao Governo. “Não estamos preocupados com filiações neste momento. Os outros 5.700 municípios têm eleições este ano, e devem, sim, estarem concentrados e priorizando filiados. Como não temos eleições este ano no DF, entendemos que a campanha de filiação deve acontecer quando a sociedade perceber e conhecer o que é a sigla”, avalia.
Rosso acrescenta que o partido vai entrar em ação, em abril, com o projeto “O PSD quer saber o que você pensa”, uma iniciativa que destaca como pioneira no DF e que vai funcionar com visitas às 31 regiões administrativas do DF. O objetivo é debater e discutir as principais questões com a sociedade e, principalmente, ouvir propostas, projetos, experiências e os anseios da população do DF e do Entorno.
Rosso reforça ainda que com a segunda maior bancada na Câmara formada por “parlamentares atuantes, experientes e respeitados”, não há preocupação com “futuras debandadas”. A prioridade é dar soluções definitivas para os graves problemas observados no DF.
Nomes para 2014
Liliane Roriz acredita que é preciso considerar a qualidade das filiações visto que o projeto político do PSD é interessante e se apresenta como algo novo. “É importante fazer filiações de pessoas que queiram realmente entrar no processo político, que queiram discutir alternativas, políticas públicas”, analisa.
A deputada acredita que o partido chega em 2014 com nomes para apresentar à população, considerando que o atual quadro demonstra o alto nível de opções do partido. “Essa administração desastrosa do Agnelo faz com que a população sinta falta de uma administração que tenha pulso e que honre a palavra, aquilo que promete”.
Eliana considera que a filiação registrada no TSE ainda não reflete a situação real do partido que, para ela, já conta com muitas adesões. Ela lembra que o partido ainda é muito novo, e agora que será efetivado um maior trabalho de corpo a corpo e que, primeiramente, será feito uma trabalho de base com a apresentação do partido.
A deputada destaca que está sendo buscada uma maneira de divulgar o partido, suas propostas e, principalmente, o que ela considera um grande atrativo, que é o fato de a legenda não chegar com fórmula pronta, permitindo, assim, que quem deseja fazer parte da sigla possa dar sua contribuição.
Mesquita também destaca a relevância do quadro atual político do PSD e acredita que os parlamentares não irão se chocar nos espaços, pois tem vaga para todos nas disputas entre eleição proporcional e majoritária. “Então a gente vai criar um entendimento para que cada um saiba qual o caminho seguir em 2014. No que tange à filiação, nós vamos fazer um grande evento no próximo mês no Taguaparque e vamos convidar a sociedade para fazer um grande dia de filiação”, comenta.
Para Celina, o trabalho de filiação é muito importante, e que os parlamentares do partido ainda não tiveram muito tempo para se dedicar a esse trabalho.
O cientista político Leonardo Barreto afirma que o PSD tem problemas a enfrentar para se firmar em Brasília como uma opção forte do eleitor. “Eles precisam fazer um processo de construção partidária.
As pessoas responsáveis pelo PSD em Brasília têm que criar uma identidade em termos de programa e também é importante um programa de filiação, de massificação do partido. Enfim, fazer um trabalho de enraizamento do PSD. Mas como só tem 59 filiados, eu imagino que esse trabalho não está sendo feito”, observa.
Para o pesquisador, uma das dificuldades a serem superadas é a reversão da “antipatia” gerada em torno da figura do presidente da sigla. “O Rogério Rosso é uma pessoa non grata em Brasília porque, primeiro ele rompeu um contrato que tinha feito. Ele tinha combinado que seria um governador tampão e aí no meio do processo quis mudar isso e criou uma situação constrangedora com o Tadeu Filippelli e para seu partido na época, o PMDB. Ainda por cima ele foi mal-avaliado, fez uma má gestão”, avalia.
Fonte: Jornal da Comunidade
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