Shakespeare levantou a questão em Romeu e Julieta: ‘What’s in a name?” Em muitos casos, é difícil ligar o nome à pessoa. Noutros, o nome dá notícia do dono.
Veja-se o caso do titular da pasta da Integração Nacional. Traz nas pegadas do prenome dois bichos. O ministro é Bezerra Coelho. Fernando Bezerra Coelho.
A versão feminina do bezerro é sugestiva. Mas é o coelho quem convida à comparação. Esse mamífero do gênero Orictolago é conhecido pela rápida reprodução.
De uns dias pra cá, as denúncias se reproduzem ao redor de Fernando em velocidade atordoante. É como se o Coelho do sobrenome do ministro tivesse decidido andar sozinho.
A penúltima manchete informa: à época em que era prefeito de Petrolina (PE), Fernando, o Coelho, comprou duas vezes o mesmo terreno. Primeiro, pagou R$ 90 mil. Depois, R$ 110 mil.
Nesta segunda-feira, após avistar-se com Dilma Rousseff, o ministro disse que conta com “a confiança e o apoio da presidente.” Curioso, muito curioso, curiosíssimo.
Antes da encrenca do terreno, houve a notícia sobre o privilégio a Pernambuco na distrubuição de verbas. Sobreveio a informação sobre o empenho de 100% das emendas do filho, um Coelho-deputado.
Na sequência, a constatação de que o irmão, Coelho-administrador, comanda os negócios da Codefasf numa curiosa e longeva interinidade de quase um ano.
“Estamos tranquilos”, disse o Coelho-ministro, após manter “longa e boa conversa” com Dilma. “Nenhuma dessas denúncias irá prosperar porque nunca prosperou nenhuma denúncia contra a minha pessoa.”
Nesta quinta (12), o ministro deve prestar ‘esclarecimentos‘ no Congresso. Um Congresso esvaziado pelo recesso. Colocou-se à disposição em conversa telefônica com o presidente do Legislativo, José Sarney.
Fonte: Blog do Josias de Souza - UOL
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