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| Raimundo Ribeiro |
Como o senhor vê a atual situação da capital federal?
Raimundo Ribeiro - Caótica, pois esperávamos um governo que pelo menos pacificasse a cidade. Nós temos um governador que teve seus bens bloqueados e que está sendo acusado de desvio de verba pública. Isso tem duas faces: É muito ruim para a cidade, porque passa por mais um momento turbulento, mas quem sabe não será a oportunidade de fazer ressurgir em Brasília a política decente e voltada para o cidadão.
O que se pode dizer em relação às denuncias feitas pelo policial João Dias e veiculadas na revista Veja?
Raimundo - O atual governador era ministro do Esporte, quando começaram a surgir denúncias. Acho que ele deveria ter pedido uma rigorosa apuração dos fatos. E não o fez. Pelo contrário, sempre se omitiu e evidentemente a gravidade e a seriedade das denúncias decorrem inclusive do fato de o denunciante (João Dias) dizer que participava desse sistema. Acho que a Câmara Legislativa deveria aprovar por unanimidade o imediato afastamento do governador Agnelo para que a investigação fosse isenta e, apurada e verificada a veracidade, que ele perca o cargo e caso não seja comprovada a sua participação, que retorne ao exercício do mandato.
O senhor esteve recentemente com Álvaro Dias, líder do PSDB no Senado. Qual foi o teor da conversa?
Raimundo - Primeiro, fui agradecer ao senador por abrir um espaço na sua agenda para nos receber. Eu fui, representando o PSDB do DFl, levar uma preocupação, já que os fatos são gravíssimos e envolvem o governador do Distrito Federal. Pedimos ao senador Álvaro Dias que se empenhe em convocar, pelo Senado, o governador Agnelo, para que ele preste os devidos esclarecimentos sobre essas denúncias que estão sendo veiculadas pela imprensa nacional.
Se as denúncias fossem contra membros de qualquer partido de oposição, o PT partiria para o ataque.
Como o senhor vê esse silêncio do partido diante de denúncias tão graves?
Raimundo - Eu não vejo com surpresa, porque acompanho a vida política há mais de 30 anos e sempre disse que o PT, quando assume o governo, se aparelha das instituições, que deveriam servir ao cidadão. A máscara do PT caiu e partir daí ele se tornou um partido um pouquinho pior do que outros, pois tem os mesmos pecados mais o pecado da hipocrisia.
E quais providências o PSDB-DF vai tomar de agora em diante?
Raimundo - A primeira providência já foi tomada: o partido deve apoiar publicamente o pedido de impeachment contra o governador Agnelo. Agora, nós temos que mostrar para a população o desgoverno que tomou conta dessa cidade. Nós temos obras paradas desde o governo Arruda. Essa administração não consegue, sequer, concluir as obras. Nós temos uma saúde que estava na UTI e agora, no cemitério. Nós temos aí denúncias de acobertamento de fugas da Papuda e a Secretaria de Segurança se fecha como se isso não fosse importante, ou seja, nós temos hoje uma cidade entregue à própria sorte. Lamentável.
Qual é a sua análise dessa nova era do partido?
Raimundo - Evidentemente nós vamos enfrentar dificuldades e elas são naturais em qualquer processo de mudança. O PSDB está conscientizando-se do seu papel de oposição ideológica ao governo que está aí. O partido o âmbito nacional também – me atrevo a avaliar – está, aos poucos, se acostumando ao fato de ser oposição e não uma oposição predatória como sempre fez o PT. Mas sim uma oposição séria, persistente, que aponta as irregularidades e mostra o caminho que deve ser adotado. Acredito que o PSDB só tem a crescer perante a opinião pública.
Fonte: PSDB-DF/Edição- Carlos Alberto Pacheco
Blog Rádio Corredor por Odir Ribeiro
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